quinta-feira, 9 de abril de 2009

Assistência técnica

Eu já procurei na internet, na lista telefônica, nas minhas agendas e nada. Não existe nenhuma loja de assistência técnica pra coração pifado. Nem os psicólogos, sequer os psiquiatras dão jeito nisso. Perdi as esperanças. E por mais eu que eu seja essa é uma frase que eu não costumo pronunciar.
Mas é isso aí, cansei desse coração com defeito que só sabe amar completamente errado e ainda tem a cara-de-pau de ser feliz e dar um trabalho danado pro coitadinho do meu cérebro.
Parece que ele gosta de sofrer e precisa disso pra ser feliz. Contraditório, não? Pois é, o defeito já começa ai. Algum parafuso solto, talvez. É impressionante como ele não sabe amar quem faz bem. Meu coração ama patadas, chutes decepções, amores não ou mal correspondidos. Ele tem a capacidade de venerar quem não da à mínima pra ele. Corre atrás que nem um cachorrinho carente de dono puxa-saco. Porque se tem alguma coisa mais besta do que cão sem dono é cão com ex-dono puxa-saco. Daqueles que coloca roupinha, da mamadeira e depois vai viajar e deixa o pobrezinho com a empregada porque o hotel não aceita animais. Meu coração é apaixonado por esse tipo de dono. Hipermega mimado ele não pode ouvir um elogio sequer que ele já gruda e as chances de não desgrudar mais são imensas. Tome cuidado.
Essa massa que pulsa dentro do meu peito é cheia de acelerar por qualquer bobeira. Um telefonema, um email, um bilhete, um tchauzinho. Mas eu já sei por quê. Ele não ganha emails bonitinhos, ele só manda e recebe respostas curtas e objetivas. Ele não ganha bilhetinho escondido na bolsa, só os entrega. Ele recebe nãos e se derrete. Ai, como ele ama ficar esperando o primeiro golpe no estômago. Desconta em vários órgãos do corpo. Ele adora quando não ligam de volta, quando não respondem as mensagens, quando não atendem ao telefone. Se tem uma coisa que o deixa doido é falar com emoção e ouvir com indiferença, nossa ele enlouquece. Adora gritos, palavrões, respostas mal dadas, traição. Se não for assim ele não ama não.
Quando o outro coração vem cheio de carinho, sem patadas, quando o outro vira aquele dono companheiro que leva o cachorrinho pra brincar na praia ele bate o pé. Não aceita de jeito nenhum. Acha um absurdo sem tamanho. Não da pra amar assim, que palhaçada a pessoa te mandar flores, é você quem tem que mandar e ficar completamente besta e satisfeita com um simples “Gostei”. Não, desse jeito não dá, quando tem um coração a fim de dar todo carinho do mundo ele cai fora e eu caio literalmente. Cheia de duvidas como se a solução fosse o maior problema. A outra pessoa precisa ser cruel, ser real, ser egoísta, esquecida, mal educada ou educada demais a ponto de me tornar a maior troglodita. A outra pessoa tem que ser perfeita a ponto de eu ser a pior pessoa do mundo. Ele adora me ver na merda mesmo. Ele só ama pessoas bem melhores e quando é verdadeiramente amado fica enjoado, com nojinho.
Desse jeito é impossível, não tem como, assim não dá. Desse jeito não tem sentido. Mas se algo na minha vida teve sentido foi tão desimportante que eu nem lembro mais. Se alguma coisa na minha vida foi fácil ela não tem um pingo de valor. Eu fechei a lista telefônica e pedi perdão mil vezes por ter, por um instante sequer, a vontade de arrancar do peito esse coração torto. É esse que eu quero, é amar errado que está certo e é viver na merda que encoraja. As flores cheiram a cemitério e me fazem espirrar.

Faz tempo e ainda lembro...

"E eu consigo te contar tudo, te dizer tudo sem a menor dificuldade. Eu queria te guardar aqui pertinho comigo e te fazer sorrir assim sempre, nem que seja preciso bater de novo com o nariz na porta do banheiro pq tava escuro, vc lembra? E você passa assim correndo e vai embora, nem deu tempo de eu pedir desculpas por não ter perguntado se você gosta do leite frio... Eu gosto com muita açucar, mas pq você estava lá, acredita q tomei ele todo sem? E nem percebi! Hoje de longe sua voz eu reconheci, você percebeu e jogou um beijo pra se despedir"

sábado, 4 de abril de 2009

Aquela bagunça na primeira gaveta.

Matt Wertz - 5:19

Não saber o início, o meio e nem o fim das coisas em mim causa arrepios. A vida anda cheia dessas mania de intercalar coisas e eu estou começando a achar que nunca vou por ordem nessa bagunça. Até algumas lembranças de um passado já distante vieram fazer não sei o que nem pra que na hora mais errada que tinha pra ser. Aqueles 1,83m ainda mexem comigo de uma forma que nem eu sabia. A realização de alguns sonhos perderam a importância. E já não cabe nenhum outro em mim. Eu deveria estar mais do que acostumada com esse tipo de sensação, mas não se pode estar, ninguém está. Eu não sei quem revirou a gaveta assim, jogou tudo pro alto e guardou de qualquer jeito tudo fora do lugar. Eu tinha planos que caíram no chão e quebraram, eu tinha amores que surgiram do fundo falso e agora vejo claramente. Eu tinha medos que estão espalhados e sobrepõem de vez em quando os pensamentos bons. Eu tenho coragens que se multiplicaram e lembranças que já são sem importância e eu juro que não sei o que fazer com tudo isso. Nem com aqueles 1,83m, nem com tanto carinho, nem com medo, ciúmes dúvidas e tanto coração. Eu não sei o que fazer com a fome se eu não ando conseguindo comer, não sei o que fazer de mim ates de me socorrer. Quando estou sozinha a bagunça na gaveta de cima me tira a concentração e é assim que eu me sinto ultimamente. Eu e a gaveta. Eu, a gaveta e a vontade de não arrumar nada. Por isso eu respiro tão aliviada quando, mesmo cega de tanta confusão, eu consigo ouvir um coração batendo junto com o meu.

Pode ser numa canção, pode ser no coração, eu só quero ter VOCÊ por perto. {PatoFu}

Beijo, nem liga.