sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pro dia nascer feliz...

Falta o Sol na janela do quarto, falta o picolé gelado, falta o pé descalço. Pra onde vão todas essas pessoas e as suas mentiras de vida? Os carros, as cores já tão apagadas, as noites mal dormidas, as músicas e ninguém na calçada. Onde estão as nossas verdades? Jogadas pela janela. A minha ainda carrego no peito e ainda que me tentem tirar eu sou burra o bastante pra querê-la perto de mim. Eu não vou mais mentir que talvez o mundo um dia possa ser lindo e limpo porque ele é feio e nojento. Eu não preciso inventar paraísos em cima da minha ingenuidade, só preciso ser consciente. Eu tenho certeza de que mais da metade das pessoas não valem a pena e isso não é pessimismo é coerência. Não vou me entristecer, essa metade pouco me importa. Depois de olhar o céu, a lua, a rua e as luzes se apagando eu prometi esquecer o resto. Pra poder ser inteira eu precisava não julgar as metades. E se faltava alguma coisa era não deixar nada sobrando. Matar a noite pro dia nascer feliz.


Sonia e a Calopsita. Amo essa foto e essa fofa s2. Prima do coração. Você é um dos motivos pro meu dia nascer feliz. Estou morta de saudades.

Tenho mais duas semanas de férias e juro que não sei o que fazer com elas... Reciclar? Ótima ideia! Eu preciso prometer que serão as duas melhores semanas! Conhecendo gente da Faculdade e muito ansiosa pra começar. Amanha acordar CEEEEDO trabalhar e depois pegar um cineminha com as meninas s2.

BeijOtcHaU'

Até mais!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Tormento

Eu bati a porta do carro, eu bati o joelho na gaveta, eu bebi um copo cheio de café depois joguei minha cabeça, meu corpo e minha alma para traz com tanta força que achei que fosse mergulhar no chão e encontrar um lugar novo. Encontrar um lugar novo era tudo que eu queria. Eu achei que fosse ficar louca e isso é pura loucura porque é tão obvio o meu distúrbio mental. Eu gosto demais dele, ser normal deve ser um porre. Mas eu estava cansada. Resolvi mandar todas aquelas vozes idiotas da minha cabeça calarem a boca, mas elas não me obedeceram. Elas nunca obedecem. Antes eu falava muito, fiquei com medo e comecei a falar pouco, foi aí que essas vozes me invadiram. Minha terapeuta disse que isso me faz mal e que falar muito também não ia me ajudar. Da pra falar médio? Da pra ser média em tudo? Nem puta, nem santa. Nem traste, nem perfeita. Nem sucedida, nem vagabunda. A questão é manter o equilíbrio e quando eu tomo aquele remedinho azul eu começo achar que estou conseguindo.
Pois é, hoje eu não tomei o comprimido azul. Eu comecei a achar defeito nas coisas e coisas nos meus defeitos. Minha cabeça ficou tão pesada que eu andava feito uma bêbada por aí. Foi quando eu abri a janela do meu quarto e vi um muro mal pintado. Durante toda minha vida o meu desejo era derrubar aquele muro pra enxergar o mundo todo e no dia que eu deixei a pilulazinha azul descansar eu percebi o quanto eu queria que ele permanecesse ali intocável, com todas as suas manchas e suas rachaduras, que talvez tivessem mil histórias pra contar. Eu amei aquele muro porque se ele não existisse eu veria todos os dias a mesma paisagem, mas quando bato minha cara ainda sonolenta nele eu posso inventar a paisagem que eu quiser. Pode chover e se eu achar melhor eu ponho nela o sol mais lindo do mundo.
Na metade de tudo eu queria parar, no quarto número eu parei de discar e coloquei de novo o telefone no gancho porque ninguém merece ser a parte branca do comprimido azul que eu esqueci de tomar e ficar ouvindo essas coisas que só alguém que não tem ninguém seria capaz de dizer. Tive até vontade de ouvir aquela música que me faz lembrar coisas boas, mas ela não me faria lembrar absolutamente nada e eu ia parar na metade também. Eu tinha tudo e todos que eu queria, mas aquela embalagem com uma tarjinha preta guardava esse tudo e esse todos como se eu precisasse abri-la para encontrá-los. Se soubessem o quanto eu detesto a cor azul poderiam me dar uma pílula cor-de-rosa, pelo menos combinaria com o meu pijama do Mickey. Apesar de tudo, existe um lado bom. Se eu não tivesse esquecido o remedinho cor de céu eu não teria escrito mais um texto sem pé nem cabeça transbordando de tanto coração.


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(8) - Stop stalling, make a name for yourself.Boy you better put that pen to paper and charm your way out.If you talk you better walk you better back your shit upWith more than good hooks while you're all under the gun - (8)

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It is a good day! And then?

sábado, 17 de janeiro de 2009

Saudade que não pode

Na verdade nem eu tinha percebido, mas sonhei com você praticamente todas as noites. Fiz de tudo pra pensar em você em todos os momentos, todos eles. Mais uma vez eu ensaiei te contar todas as coisas. Não sei por que tolice minha, eu achava que o que me fazia rir seria importante pra você. Teve uma hora que eu fiz de propósito. Querendo por querer eu apertei bem forte aquele amuleto e pensei tão forte em você, se é que pensamento tem força, que tive certeza de que você também estava pensando em mim naquela hora. Tolice a minha.
Pensando bem eu nem tinha percebido, mas falava em você todas as vezes que surgia uma oportunidade, ou mesmo que não surgisse. Eu falava de você, um assunto que pra ninguém interessava, mas que pra mim era o único que tinha graça e valia à pena. Eu pensava em o que você etária pensando sobre tudo a minha volta e não parei sequer um segundo pra pensar sobre o que eu pensava sobre tudo aquilo. Mas o melhor, o melhor de todas as coisas é que eu nem percebi, nem me dei conta. Eu não estava nem aí. E nada disso me fez mal, nada disso me sugou. Se eu for lembrar pedacinho por pedacinho não foi só em você que eu pensei. Você era parte de mim e não era mais o todo. A diferença é que a parte que você ocupa é uma das mais importantes. Mesmo sendo importante abriu espaço pra tanta gente, pra tanta coisa que não importa quantas vezes eu pensei em você no passado, o que me faz lembrar é estar pensando em você no presente. E que merda é essa? Eu não sofri, não to sofrendo, isso não é normal e não tem graça nenhuma. Já me deixa assustada você ser apenas alguém e não o meu alguém.Já era o sexto dia. Eu tinha sido incrivelmente forte durante seis longos dias e no sétimo dia eu me peguei sem equilíbrio. Eu tive medo, como sempre. Eu fui ao banheiro, engoli uma vontade imensurável de chorar que de tão gigante arranhou com violência a minha garganta. Resgatei na bolsa aquele livro, tentei ler ouvindo sua voz, tentei sentir que você estava ali bem perto. Usei o perfume que você gosta, segurei o amuleto, engoli pela milésima vez o choro dolorido. Eu senti uma fisgada no peito, tão forte que rebateu na palma da mão e feriu a ponto de eu pronunciar um “Ai”. Todas às vezes de não ter percebido, todo amor que durante aqueles seis dias senti sem me assaltar, toda a falta de culpa por sonhar, falar e pensar em você a todo tempo. Tudo foi por água a baixo e eu senti a saudade que não podia. Era muita saudade, tanta que me fez sofrer e ai a vida teve um pouco mais de graça. Todo o amor comum se transformou na saudade que eu não podia sentir, mas senti. E foi a saudade mais bonita da minha vida. Se na hora tive medo agora tenho orgulho desse segredo. Eu senti a saudade proibida mais linda da minha vida, e senti por você.
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Começando
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É difícil escolher como começar, mas tenho certeza de que escolhi certo desta vez. Espero que gostem e sejam muito bem-vindos hoje e sempre.
BeijOtcHau!